Casa do Território, no Parque da
Devesa, exibe escultura de José Pedro Croft Famalicão e Fundação Serralves unidos na
promoção da cultura À primeira vista parece um original
banco de jardim muito bem enquadrado com a paisagem do Parque da Devesa, mas a
escultura de José Pedro Croft que decora, desde a passada segunda-feira, os
jardins da Casa do Território, representa a porta de entrada de Vila Nova de
Famalicão na programação cultural da Fundação Serralves, no âmbito do acordo de
adesão do município famalicense ao Conselho de Fundadores da Fundação celebrado
em 2016. A escultura Sem Título de 1990,
pertencente à Secretaria de Estado da Cultura, integra a coleção da Fundação
Serralves e serve de prenúncio à exposição “A Minha Casa é a Tua Casa, Imagens
do Doméstico e do Urbano na Coleção de Serralves” que ficará patente na Casa do
Território, no Parque da Devesa, entre outubro de 2018 e junho de 2019,
reunindo um conjunto diversificado de artistas como Filipa César, Pedro Cabrita
Reis, Gil Heitor Cortesão, Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Gordon
Matta-Clark, Juan Muñoz, Bruce Nauman, Luís Palma, Martha Rosler e Ana Vieira. Na apresentação da escultura, o
presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, salientou a importância para
Famalicão de ter um parceiro cultural estratégico como é Serralves. “Temos
uma estratégia para a cultura no concelho, acreditamos que é preciso continuar
a fazer o que temos feito ao longo dos anos, mas é também preciso acrescentar
algo de novo àquilo que sempre fizemos. E esse algo novo deve dar-nos uma
projeção do ponto de vista regional, nacional e internacional e, acima de tudo,
promover a cooperação e a interação com outras instituições”. Neste âmbito,
o autarca sublinhou que “Serralves é uma instituição que dispensa
apresentações, é conceituada e dá-nos condições para fazer parte de uma plataforma
cultural com visibilidade inegável”. No mesmo sentido, a presidente da
Fundação Serralves, Ana Pinho, sublinhou a importância da cooperação com
Famalicão no âmbito da politica de descentralização da Fundação. “A Fundação
Serralves tenta estar fora dos seus muros, chegando mais perto das pessoas,
levando a uma maior participação e compreensão, bem como maior proximidade da
arte contemporânea junto das populações”. Para a responsável, “Famalicão
é um concelho com o qual temos muita alegria de estar nesta parceria”,
salientou ainda. Refira-se que a obra de José Pedro
Croft usa uma técnica tradicional da escultura, a modelação em gesso e
posterior passagem a bronze, para realizar uma escultura que alude ao espaço
doméstico e às experiências do quotidiano. Neste caso, um segmento de cone
evoca um alguidar. As formas da obra, bem como a pintura branca que reveste o
bronze, estabelecem uma ponte entre a simplicidade dos objetos domésticos e a
grandiloquência dos sólidos geométricos, que torna impossível o uso dos objetos
devido ao seu peso. Recorde-se que, com a celebração do
acordo de adesão do município a Serralves iniciou-se uma relação de cooperação
entre estas duas instituições, baseada num projeto integrativo de promoção e
divulgação cultural e ambiental, que entre outras atividades prevê, por
exemplo, o acesso em Famalicão às inúmeras exposições itinerantes da Coleção de
Serralves, entre outras iniciativas. A Fundação Serralves é uma
instituição de utilidade pública de que são fundadores, entre outros o Estado,
e um importante conjunto de entidades singulares e coletivas, que representam a
iniciativa privada, a sociedade civil e as autarquias. Ao todo, a Fundação
Serralves conta neste momento com cerca de 241 fundadores. Vila Nova de Famalicão, 7 de junho de
2018